Sempre esperei demais das pessoas, com ele não seria diferente,e não foi. Esperei que ele me abraçasse naquele momento complicado, ele deu as costas. Esperei ouvir palavras de conforto, ele simplesmente disse que não tinha palavras, e sumiu, como sempre fazia nos momentos que eu mais precisava, nunca entendi o porque. Esperei que ele me beijasse, duvido que algo desse tipo tenha passado na sua cabeça. Esperei que ele me amasse, como eu o amava, e de novo, me decepcionei. Eu não me cansava de me decepcionar, parecia até ser de propósito, como se eu procurasse a decepção. Eu sabia que não podia esperar muito dele, e mesmo assim esperei, como uma criança espera o Papai Noel, que aparece por poucos minutos - se aparece -, e vai embora, deixando uma lembrança. Uma lembrança que acaba só machucando. As vezes até parece que ele faz isso por gosto, como se isso o fizesse bem, sabia que certas atitudes dele me incomodavam, me machucavam, e ele continuou fazendo, e ainda tinha a coragem de dizer que me ama. Mas que amor estranho o dele. Ok, ele que continue mentindo para mim, que eu continuarei acreditando, me iludindo, me decepcionando, continuarei errando, como uma idiota.Agora que ele decidiu ir embora de vez, sem nem dar tchau, - não reclamo, odeio despedidas ou talvez seria odiar ouvir mentiras? - foi embora como se eu não fosse importante, talvez eu não tenha significado nada mesmo, já ele significou tanto que me deixou sozinha neste quarto, fazendo textos para tirar o tédio, ou talvez para colocar em algum lugar a decepção que ele me ofereceu. Mas, ele pode ficar tranquilo, eu continuarei aqui esperando o Papai Noel aparecer de novo, deixar sua lembrança, e ir embora. Estou aqui de novo, esperando ele, o que com certeza me trará mais decepção.
Apesar de tantas decepções, não fujo como você, Sr. Covarde.
Gabriella Donato
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